Equívocos sobre o Behaviorismo Radical


 

O Behaviorismo não é a ciência do Comportamento humano, mas, sim, a filosofia dessa ciência.

O Behaviorismo Radical admite o estudo de fenômenos como sentimentos e pensamentos (abordados com o conceito de “eventos privados”); admite, também, a interpretação como método para lidar cientificamente com problemas dessa ordem e adotar um critério instrumental de verdade na avaliação de enunciados científicos sobre quaisquer fenômenos.

Devemos, a priori, apontar alguns equívocos sobre a ciência do comportamento – sabendo que todas as afirmativas a seguir são falsas, porém, muitas acreditam ser a verdade sobre tal ciência. Vamos, então, desmistificar tais apontamentos.

 

1.     O Behaviorismo ignora a consciência, os sentimentos e os estados mentais.

2.     Negligencia os dons inatos e argumenta que todo comportamento é adquirido durante a vida do indivíduo.

3.     Apresenta o comportamento simplesmente como um conjunto de respostas a estímulos, descrevendo a pessoa como um autômato, um robô, um fantocha ou uma máquina.

4.     Não tenta explicar os processos cognitivos.

5.     Não considera as intenções ou os propósitos.

6.     Não consegue explicar as realizações criativas – na Arte, por exemplo, ou na Música, na Literatura, na Ciência ou na Matemática.

7.     Não atribui qualquer papel ao eu ou à consciência do eu.

8.     É necessariamente superficial e não consegue lidar com as profundezas da mente ou da personalidade.

9.     Limita-se à previsão e ao controle do comportamento e não apreende o ser, ou a natureza essencial do homem.

10.  Trabalha com animais, particularmente com ratos brancos, mas não com pessoas, e sua visão do comportamento humano atém-se, por isso, àqueles traços que os seres humanos e os animais têm em comum.

11.  Seus resultados, obtidos nas condições controladas de um laboratório, não podem ser reproduzidos na vida diária, e aquilo que ele tem a dizer acerca do comportamento humano no mundo mais amplo torna-se, por isso, uma metaciência não-comprovada.

12.  Ele é supersimplista e ingênuo e seus fatos são ou triviais ou já bem conhecidos.

13.  Cultua os métodos da Ciência mas não é científico; limita-se a emular as ciências.

14.  Suas realizações tecnológicas poderiam ter sido obtidas pelo uso do senso comum.

15.  Se suas alegações são válidas, devem aplicar-se ao próprio cientista behaviorista e, assim sendo, este diz apenas aquilo que foi condicionado a dizer e que não pode ser verdadeiro.

16.  Desumaniza o homem; é redutor e destrói o homem enquanto homem.

17.  Só se interessa pelos princípios gerais e por isso negligencia a unidade do individual.

18.  É necessariamente antidemocrático porque a relação entre o experimentador e o sujeito é de manipulação e seus resultados podem, por essa razão, ser usados pelos ditadores e não pelos homens de boa vontade.

19.  Encara as ideias abstratas, tais como moralidade ou justiça, como ficções.

20.  É indiferente ao calor e à riqueza da vida humana, e é incompatível com a criação e o gozo da arte, da música, da literatura e com o amor ao próximo.

 

Acreditamos que estas afirmações representam uma extraordinária incompreensão do significado e das realizações de uma empresa científica.

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