Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)


O Transtorno de ansiedade Generalizada (TAG) é caracterizado por crises súbitas, acompanhadas de um medo intenso e irracional de morte iminente, entendendo-se que:


As síndromes ansiosas representam os transtornos mentais mais frequentes e apresentam, mundo afora, prevalência na vida em torno de até 17 a 30% e, no último ano, em torno de até 11 a 18% [...] No Brasil, estudos epidemiológicos nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro revelaram pelo menos algum transtorno de ansiedade e/ou fobias, nos últimos 12 meses, em 18,8 a 20,8% da população e pelo menos uma vez na vida em 27,7 a 30,8% (Andrade et al., 2012; Ribeiro et al., 2013; apud Dalgalarrondo, 2019, p. 645).


A esse respeito, pode-se encontrar mais informações no QUADRO 1, o qual se trata de um resumo contendo os principais os elementos desses dois transtornos, no que tange ao Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5) e a Classificação internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID-11), o qual abordará mais a esse respeito.


 QUADRO 1 - Critérios diagnósticos para os transtornos de ansiedade segundo o 

DSM-5 e a CID-11


Com isso, nota-se que nos casos de TAG, onde são caracterizados, na maior parte dos dias, podendo vir a perdurar por vários meses, seguidos pela presença de sintomas ansiosos excessivos; encontra-se, assim, um indivíduo que vive o tempo todo nervoso ou irritado, com grande angústia, tensão e preocupação. A insônia se torna muito frequente. Além disso, há uma grande dificuldade em relaxar, apontando quadros constantes de angústia, irritabilidade aumentada e dificuldade em concentrar-se. Existe, também, de forma comum, sintomas físicos tais como: sudorese fria, cefaléia, formigamento, taquicardia, dores musculares, dores ou queimação no estômago e tontura (Nardi & Valença, 2005; apud Dalgalarrondo, 2019, p. 647).

Em boa parte dos casos, é notado a manifestação de quadros ansiosos, onde o mesmo é manifestado sob a forma de crises intermitentes, com o aparecimento de inúmeros sintomas ansiosos, sendo estes em número e intensidade significativos (Nardi & Valença, 2005; apud Dalgalarrondo, 2019, p. 647), podendo, ou não, apresentar sintomas constantes de ansiedade generalizada, sendo eles associados às crises agudas e intensas de ansiedade.

Desta feita, em tais crises, onde pode ocorrer importantes descargas do sistema nervoso autônomo, ocasionando, com isso, sintomas como formigamentos em membros, dedos e/ou lábios, suor frio, tremores, batedeira ou taquicardia, desconforto respiratório ou sensação de asfixia e náuseas (Dalgalarrondo, 2019, p. 647).

Por conseguinte, o autor aponta que na crise de pânico ocorre um medo insuportável de se ter um infarto, ataque do coração, medo de morrer ou enlouquecer. As crises podem acontecer de uma hora para outra, com pico em cinco a dez minutos, com duração curta (entre 15 minutos à uma hora). Podem ser desencadeadas por aglomerações, sensação de ficar preso, onde se tem dificuldade para sair, como no trânsito, supermercado e shoppings lotados ou acontecimentos ameaçadores (Costa Pereira, 1997; apud Dalgalarrondo, 2019). Com isso, justifica-se as crises de pânico vivenciadas por Joana durante as aulas, quando estava em salas lotadas de alunos.

Já em quadros transtorno de pânico, onde quadros em que as crises são recorrentes, a paciente pode desenvolver medo de ocasionar novas crises, as quais a podem fazer perder o controle, ter até mesmo um ataque cardíaco e, com isso, chegar ao ponto de vir a enlouquecer (Dalgalarrondo, 2019); tais eventos podem, ou não, serem acompanhados de agorafobia (extremo desconforto e fobia de lugares amplos e aglomerações).

No que tange ao exposto, pode-se notar que há no Brasil:


[...] estudos epidemiológicos nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro revelaram a presença de transtorno de pânico, nos últimos 12 meses, em 18,8 a 20,8% da população e, pelo menos uma vez na vida, em 27,7 a 30,8% (Andrade et al., 2012; Ribeiro et al., 2013; apud Dalgalarrondo, 2019, p. 647).


Em suma, citando o diagnóstico de uma síndrome ansiosa, faz-se necessário verificar se esses sintomas ansiosos realmente causam sofrimento clinicamente significativo e se, de fato, venham a prejudicar a vida social, ocupacional e, até mesmo, pessoal desta paciente (Dalgalarrondo, 2019, p. 647).


QUADRO 2 - Dimensões mentais e somáticas da ansiedade




Já o termo angústia, de acordo como o autor, trata-se de uma relação estreita e direta à sensação de aperto no peito e na garganta, podendo se ter a impressão de sufocamento. Possui uma grande semelhança com a ansiedade, porém há um aspecto que se volta mais à acontecimentos que têm relação com o passado. Assim, no que tange ao ponto de vista existencial, essa angústia é o que define a condição humana, possuindo essa um significado extremamente marcante; tornando, com isso, a vida do indivíduo, que a possuiu, muito ‘pesada’ (Dalgalarrondo, 2019).

Por fim, tem-se o medo, o qual Dalgalarrondo (2019, p. 305) conceitua como “um objeto mais ou menos preciso, diferencia-se da ansiedade e da angústia, que não se referem a objetos precisos (o medo é, quase sempre, medo de algo)”.

No que diz respeito ao pânico, ele é manifestado, na maioria das vezes, ‘como crises de pânico’, as quais podem ser repletas de ansiedade, sendo elas acompanhadas por medo descontrolado de se perder o controle e, até mesmo, por medo da morte; isso tudo vem de forma mais acentuada à descarga autonômica, tais como as da sudorese, taquicardia, entre outros (Dalgalarrondo, 2019, p. 309).

Ademais, o autor coloca que tais crises são caracterizadas por origem inesperada da sensação de grande perigo e desejo de escapar, sumir e/ou fugir da situação (Dalgalarrondo, 2019, p. 309), isso de forma desesperadora.

Mediante ao citado, Poubel e Rodrigues (2019) destacam que a ansiedade recebe tal nome por conta de que - respostas de ansiedade - estão envolvidas nos diferentes quadros psicopatológicos; porém, deve-se perceber em quais - circunstâncias - ela surge. Por tal motivo, a ansiedade pode receber diversas classificações, mas deve-se notar como Joana funcionará nelas, a fim de se identificar um quadro de psicopatologia. Por conseguinte, entende-se que a ansiedade é comum em todos os casos, porém, a natureza da estimulação é diferente. Há diversas reações ansiosa no cotidiano, mas há um limite fisiológico de expressão emocional, isso porque muitas das reações ansiosas têm valor de sobrevivência (preparadores corporais para fugir ou lutar sob circunstâncias de perigo); porém, os autores destacam que o problema surge quando o histórico de interações condiciona eventos neutros como ameaçadores, limitando e prejudicando às vivências.


REFERÊNCIAS


DALGALARRONDO, P.. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2019.


POUBEL, L.; RODRIGUES, P. Manual Cognitivo-Comportamental de Habilidades Psicológicas. 2 Ed. Rio de Janeiro: Letras e Versos, 2019.










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